FRANCISCO DE ASSIS E FRANCISCO DE PAULA MORRERAM - SATURNINO E FRANCISCO GÓIS, PAI E FILHO, TRUCIDADOS NA MATERNIDADE CLAUDINA PINTO. FOTO: DIÁRIO DE NATAL DO DIA 10 DE MAIO DE 1981
10/01/1981 – Quatro pessoas morreram em uma briga iniciada na Praça da Matriz de Apodi e que terminou na Maternidade Claudina Pinto, com a invasão da unidade hospitalar por quase duas dezenas de pessoas que ali assassinaram o marchante Saturnino Pereira da Silva, casado, com 54 anos de idade, e o filho Francisco Góis da Silva, casado, com 19 anos de idade, residentes na Rua Nonato Mota, s/nº - Malvinas, Apodi-RN. Eles estavam sendo medicados em conseqüência de ferimentos recebidos na briga que gerou a tarde de violência, domingo, na cidade de Apodi.
O pivô da carnificina foi um desentendimento entre o velho Saturnino Pereira e Manoel Francisco da Silva, vulgo Luzimar, inicialmente na casa de “SOCORRO DO SABÃO”, À Rua São João Batista, nº 202, onde se realizava a rifa de um carneiro, regada a dose de caipirinhas. Serenados os ânimos naquele local, depois que Saturnino Pereira foi esmurrados por Luzimar, A confusão se ampliou no Bar Satélite, de propriedade de Celso Marinho de Oliveira, também localizado no centro da cidade.
Da nova discussão surgida no Bar Satélite, Francisco de Paula Oliveira, vulgo PAULO DE PIRIPA, que fez interferência para evitar um confronto físico, recebeu uma peixeirada desferida por Francisco de Góis que pensou estivesse sendo seu pai atacado. “Paulo de Piripa morreu ao dar entrada na maternidade “Claudina Pinto”.
Com a confusão generalizada, envolvendo seis pessoas nas proximidades da matriz, todas saíram feridas. No local, morreu Francisco Aires Guerra que ao tentar alvejar Saturnino Pereira, com tiros de revólver, foi morto também por Francisco de Góis, em companhia do pai, foi procurar socorro na maternidade Claudina Pinto, onde terminaram assassinadas a golpes de faca-peixeira, desfechados por pessoas que invadiram a unidade da Maternidade Claudina Pinto, quando somente dois soldados: Diniz e Edimar tentavam impedir as fúrias dos invasores.
Cerca de 20 pessoas, aproximadamente, invadiram a maternidade “Claudina Pinto”, todas presumivelmente parentes dos dois que haviam sido assassinados e mais a de LUZIMAR e Francisco Marcolino Freitas que também saíram feridos durante as cenas sangrentas. Saturnino Pereira, ao pressentir que estava sendo perseguido, ainda tentou fugir por uma das janelas, mas ao abrir-la foi surpreendido com golpes de faca-peixeira. Caminhando alguns passos, morreu no banheiro da maternidade Claudina Pinto. Seu filho, Francisco de Góis foi surpreendido em um dos leitos, logo após haver sido medicado pelos plantonistas, e abatido ali mesmo.
O 2º BPM, em Mossoró, sob o comando do Tenente Coronel Ari Medeiros de Aguar designou o tenente Fername Formiga da Silva para proceder, ao lado do delegado de polícia de Apodi, o subtenente José Emídio Sobrinho, aos primeiros levantamentos sobre o fato.
Saturnino Pereira e o filho Francisco de Góis foram sepultados em Mossoró, onde residiram por algum tempo. No mesmo dia a polícia efetuou a prisão de Manoel Francisco da Silva “LUZIMAR”, cuja discussão com Saturnino foi motivada por ele.